Prof. Roberto Marx fala sobre o emergente setor de veículos elétricos no Brasil
O professor Roberto Marx, do Departamento de Engenharia de Produção (PRO) da Poli-USP, conversou com a Folha de São Paulo sobre as vantagens e desafios enfrentados pelo crescimento no uso de veículos elétricos no Brasil.
O debate ocorreu na segunda mesa do seminário sobre meio ambiente e mudanças climáticas, promovido pela Folha de São Paulo, que contou com a presença de Alexandre Baldy, presidente do conselho da BYD e de Davi Bertoncello, membro do conselho diretor da Associação Brasileira do Veículo Elétrico e presidente da Tupi Mobilidade.
O mercado de carros elétricos no Brasil está em crescimento, com vendas previstas de cerca de 25 mil unidades em 2024, um aumento de quase 140% em relação a 2023. Contudo, os consumidores ainda demonstram desconfiança quanto à infraestrutura de recarga e ao descarte das baterias. A montadora chinesa BYD está construindo uma fábrica em Camaçari, Bahia, que deverá produzir 150 mil carros por ano a partir de 2025. O número de estações de recarga no Brasil subiu de 350 em 2019 para 7.500 em 2024. Apesar do desempenho atraente dos carros elétricos, a infraestrutura de abastecimento ainda beneficia os veículos a gasolina e etanol. A descarbonização deve também considerar o transporte coletivo, que contribui significativamente para a redução das emissões. As baterias dos carros elétricos têm uma vida útil de 20 a 25 anos, com tecnologias que permitem reciclar até 99,3% dos seus componentes. O programa Mover, do governo Lula, busca medir a eficiência energética “do poço à roda” e pretende evoluir para “do poço ao túmulo” até 2027, incentivando diversas alternativas para a descarbonização.
“Uma grande parcela da população não tem acesso a nenhum carro, seja elétrico, seja a gasolina, seja a etanol. Então, ao discutir descarbonização, não podemos deixar de falar dos serviços públicos”, disse Marx ao mediador da Folha, João Gabriel.
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